Na manhã de terça-feira o meu telemóvel alertou-me para um notificação invulgar. Não era o despertador, nem uma mensagem, nem uma chamada. Era um lembrete e dizia '25 de janeiro de 2010 - aula de espanhol cervantes'. Sem hesitações, percebi do que se tratava.
Há um ano atrás, algures numa (das muitas) pouco entusiasmante aula de espanhol (aquela em particular dedicada ao estudo do Cervantes), pus-me a pensar no que estaria a fazer exacatamente um ano depois. Estaria numa aula um pouco mais estimulante? Resolvi brincar com o tempo e pus um lembrete no telemóvel para o ano seguinte.
Se há coisa em que tenho pensado ultimamente é no tempo. Penso no hoje, no ontem, no amanhã. A imprevisibilidade do futuro divide-me entre o receio e o entusiasmo. Ao contrário, a reflexão do passado leva-me sempre a comparações, a julgar e a avaliar o que fiz e o que poderia ter feito. Gosto de pensar no que sei hoje que não sabia ontem, em como esse desconhecimento me pode ter levado a tomar esta ou aquela atitude, algumas vezes de forma inútil, outras de forma proveitosa, e noutras ainda de forma simplesmente insignificante.
É agora engraçado perceber como pequenas atitudes ou acontecimentos podem condicionar toda a nossa vida, e fazem-no sem que demos por isso. Todos os dias me lamento dos meus dias serem sempre a mesma coisa. Mas, se são, podiam não ser, e sei que algum dia chegará aquele em que não será. A cada momento estamos vulneráveis a que qualquer coisa entre pela nossa vida adentro, que seja uma pessoa, uma doença, uma ideia, qualquer coisa... A singularidade de cada momento é de certa forma fascinante.
Hoje gosto de recordar certos momentos em que me estavam a acontecer coisas sem saber. Quer sejam importantes (como no dia em que visitei uma redacção de um jornal e apaixonei-me pelo jornalismo a partir daí) ou nem tanto (como naquelas vezes em que acompanhei o meu pai a casa de uma cliente que mais tarde veio a estar envolvida num tiroteio que resultou na morte do filho). Hoje acho piada a estas coisas, talvez amanhã nem por isso...
É verdade que ultimamente não tenho dedicado muito tempo aqui ao blog. Mas também não sei o que dizer. Nem sei se ainda tenho leitores... Mas pronto, prometo que é só durante estes dias. Foi o Avante, foi as Berlengas, a Escola, o outro blog...
Por falar em outro blog, aconselho-vos a ir lá e votar na sondagem da barra lateral. Era um favor'zinho que me faziam.
Boa semana!
A música que me andou na cabeça o dia todo. Aqui.
(Sim, é do Bloco de Esquerda.)
Já vos aconteceu ler qualquer coisa estranha e com o desenrolar da historia aperceberem-se de que é vosso? Se não, é pena. Se sim, aconteceu-me isso hoje!
Graças à boa vontade do Sapo que não extingue contas e blogs não geridos por vários e vários meses, hoje pude aceder aos «primórdios» do Contraditório.
Trata-se de um blog, de minha autoria, que funcionou em Setembro do ano passado. No fundo, foi uma tentativa de chegar àquilo que hoje tenho e chega a ser uma chatice... um blog mais ou menos pessoal, onde posso dizer o que me apetece.
Apesar de temporariamente distantes, os temas falados e as sensações relatadas (possivelmente agora com mais contenção), não variam muito entre os blogs.
Por exemplo, um post sobre o primeiro dia de aulas:
Não sei qual é a importância do primeiro dias de aulas, trata-se de um acto oficial e nada mais.
Há quem queira acrescentar-lhe algo, normalmente quem vai começar uma coisa que é bom e faz com que esteja com quem deseja. No meu caso a importância tem vários pontos de vista, já o futuro relacionamento com outros 'alguéns' ainda vamos ver. Conheço quase toda a gente, se analisar bem conheço apenas alguns. Outros nem me apetece conhecer.
(...) Parece que eu não pertenço a este planeta. Cada vez mais me afasto deste mundo, no meu comboio que tanta vez referi. Um comboio em que deveria embarcar e só sair quando o sitio me parecesse bem melhor que este.