Como a EDP não é uma empresa que apresente grandes lucros, nem que cobre valores altos pelos seus serviços, não podemos exigir uma rede eléctrica capacitada e capaz de resistir a alguns temporais. Assim sendo, vou esperar que a electricidade regresse, guardando para mim as lamentações e os incómodos.
Mas a verdade é que já há algum tempo que a minha região não vivia um temporal desta maneira. Mais concretamente, desde Novembro de 2006. Ao assistir às notícias constantes e permanentes dos estragos do mau tempo, na rádio, na televisão, voltei a sentir saudades. Saudades da emoção de lá estar, de ser eu a ver e a saber as coisas pela primeira vez (pelo menos tinha essa ilusão), de me sentir parte da acção, e de ser eu a escolher o factos que depois as outras pessoas, que também lá queriam estar, iam saber. Só que com uma desvantagem. Eu estava lá e sabia tudo, e elas iam saber o que eu deixasse.
Em 2006, quando o rio cresceu mais do que devia e a escola fechou, eu estava lá. Estava lado a lado com a câmara da SIC, e aos 14 anos era director de um jornal. Bem sei que não era um jornal a sério, mas tinha o que era preciso, noticias e pessoas que as liam. Também sei que nunca dei a este facto o valor que ele realmente tinha, e por isso fiquei sinceramente espantado quando começaram a surgir os convites. Depois da rádio e do (outro) jornal local, vieram as entrevistas ao jornal da cidade mais próxima. E depois o Correio da Manhã, e a primeira edição do Sol, e depois a Fátima Lopes, a Praça da Alegria, e o Você na TV. É engraçado recordar como fui alvo da disputa entre a SIC e a TVI. Só podia ir a um, e escolhi a SIC. "A Fátima é mais simpática e dá presentes melhores" aconselharam-me na altura. Estava muito nervoso, e aquela ambulância a subir a rua de S. Bento mesmo atrás do táxi onde eu seguia só piorou as coisas. Mas no fim correu tudo bem, e hoje ao rever o programa, ainda me lembro de certos pormenores do momento. A seguir veio a Praça da Alegria, e eu fui pela primeira vez ao Porto.
Mais tarde, quiseram fazer uma reportagem comigo para o Jornal da Noite, e também o Herman me queria como convidado. Já estava cansado de tanto mediatismo, e não aceitei.
Foi nesta altura que os meus colegas ficaram a conhecer a faceta de jornalista do David, já que até alí apenas conheciam um miúdo isolado e com pouco interesse.
Tudo muda, e com o passar do tempo fui ganhando outras prioridades. Durante meses fui massacrado com uns insistentes "Oh David, não mais fizeste o jornal?", a que respondia com uns enjoados "Pois...".
Isto tudo para dizer que não tenho dúvidas do que quero ser, e para onde quero ir. Isto, se é que alguma vez tive... Na segunda-feira percorri a Avenida de Berna em busca da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Será que vou conseguir?
Começo por dizer que tinha pensado em escrever acerca da Festa do Avante. Aliás, na última noite, no fim do concerto do David Fonseca e da festa, lembrei-me do blog e até tirei uma fotografia. Depois cheguei cá e não encontrei o cabo de ligação ao computador, e fui adiando até que fiquei sem vontade.
Depois, no último fim de semana, as Berlengas foram o meu destino. Também lá não me esqueci do blog, e tirei fotografias até a bateria me deixar. Como não tenho tempo agora, não as vou mostrar, mas irei publicá-las ao longo do tempo aqui.
Finalmente, chego a esta semana. É verdade... Na segunda-feira eu fui o convidado do «Nós por Cá» da SIC. Basicamente era suposto eles terem um convidado... E como parecia mal levar um escritor, músico ou professor ao programa para falar durante apenas três minutos (devido à limitação de tempo provocada pelos tempos de antena dos partidos), levaram-me a mim. =D A explicação é simples. Em Março a minha turma fez uma visita de estudo aos estúdios da SIC, e, observando um diálogo entre mim e a Conceição Lino em que me atrevi a criticar alguns aspectos do programa, devo ter sido apreciado. E pronto, foi assim.
Talvez lá volte em breve... =D
Quanto ao regresso às aulas, é melhor esperar uns dias para poder opinar...
Às vezes apetece-me falar de filmes e de música... apetece-me falar de expriências mas chego à conclusão de que eu não sou ninguem para falar de coisas. Não tenho tenho expriência de vida numas áreas, e conhecimento aprofundado noutras. Quanto à primeira não tenho a culpa, na segunda nem por isso.
Sou por natureza um pouco exigente comigo, e mais ainda com os outros. Entre a exigência e a perfeição, não sei qual prezo mais (sei.. é a exigência LOL). E por isso, quando avalio os outros, sei que fico muito mais sujeito a uma avaliação, o que não me deixa confortável.
Isto para dizer que ultimamente tenho comentado algumas coisas que me parecem completamente descabidas. Tenho comentado várias opiniões diferentes das minhas, e refiro-me a algumas situações concretas.
Numa, uma mãe comenta com amigas bloguistas a pedagogia de algumas novelas e consequentemente o que deve ou não deixar o filho de 11 anos ver na televisão. Não me parece lógico. Primeiro, porque a minha mãe sempre me deu uma educação baseada em principios, que cedo compreendi, e sempre fui muito autónomo nas minhas escolhas. Segundo, porque com 11 anos tem-se (eu tinha) a perfeita noção do que é ficção e realidade. Quando tinha essa idade, não equacionava sequer que a minha mãe decidisse por mim o que ver na televisão... aqui está o exemplo acerca da 'Rebelde Way':
"Eu não vi, ando a acompanhar a novela "A OUTRA". O meu R. ainda me pediu para mudar, mas eu achei que não deveria ser uma novela pedagógica para um miúdo de 11 anos, depois de ter lido já alguns artigos a respeito da mesma"
Ao que eu respondi (resumido):
"O seu comentário começa a ser típico (...) No entanto, decidir por comentários alheios o que o filho de 11 anos ver ou não na televisão (já por si um acto duvidável), não me parece racional. E se tem tantas dúvidas em saber escolher o que é melhor o seu filho ver, só transmite a ideia de que não tem confiança na educação que lhe deu..."
O que é bem capaz de ser verdade (educação dada ao filho). A escassa hipotesse de se tratar de uma mulher de conduta irrepreensível e esforçada a evitar a todo o custo que o filho tivesse contacto com conteúdos menos pedagógicos, esgota-se rapidamente. Primeiro, não tomava decisões por 'artigos' que viu. Depois não via 'A Outra', afinal a novela da TVI está para o público mais velho assim como a 'Rebelde Way' está para os jovens. E sobretudo, já tinha transmitido muito antes esses mesmos valores ao filho.
E para terminar, quando penso que não sou dos mais habilitados para dizer qualquer coisa de interessante, aparece-me coisas destas à frente... =P
[Com isto não quero dizer que tenha a 'Rebelde Way' como uma referência de pedagogia infantil]
Isto de andarem a filmar anúncios do Modelo por cima da minha cabeça não é para todos! As dezenas de vezes que este helicopetro'zinho andou por cima de mim, afastou o suspeita inicial de ser do INEM (ou IMEN como diz a minha avó). É pena é não ter esperado por mim, e assim só o consegui apanhar ao longe =S
[Queres tu ver que ainda vou aparecer na televisão? (outra vez)]