É verdade que ultimamente não tenho dedicado muito tempo aqui ao blog. Mas também não sei o que dizer. Nem sei se ainda tenho leitores... Mas pronto, prometo que é só durante estes dias. Foi o Avante, foi as Berlengas, a Escola, o outro blog...
Por falar em outro blog, aconselho-vos a ir lá e votar na sondagem da barra lateral. Era um favor'zinho que me faziam.
Boa semana!
A música que me andou na cabeça o dia todo. Aqui.
(Sim, é do Bloco de Esquerda.)
Até segunda-feira!
"Oh, avó é que neste fim de semana eu vou acampar à Festa do Avante..."
"Avante?... Isso não é dos comunistas?"
"Sim, é."
"Ah, tu és comunista?..."
"...Ficaste decepcionada?"
"Não, é que muita gente que não gosta deles. Eu gosto do Paulo Portas, sabe falar. Não é da esquerda nem da direita. E daqui pouco vai dar o debate dele, não é?"
"Ele é o mais à direita avó..."
"Mais à direita?"
Ontem perdi um comboio por ficar a falar com um velho alentejano comunista (daqueles de ideologia obstinada devido à pobreza e dependência por que passaram).
Hoje desci mais uns pontos na consideração da minha avó porque, no pensamento dela (pensamento esse que não me apeteceu esclarecer), sou comunista.
A guerra de ideologias é realmente do pior que existe. Uma ideologia é sempre questionável, mas é capaz de limitar o pensamento. É capaz de limitar o pensamento da minha avó que não se apercebe que está manipulada por desinformação que nem precisa de muito para lhe convencer que o comunismo é uma coisa horrível e temível. Não deixa de ter desculpa, já que é politicamente ignorante.
E é também capaz de limitar o pensamento do velho senhor que, apesar de ter sofrido com o fascismo no passado, continua a sofrer com ele no presente. Isto porque não lhe permite fazer uma avaliação imparcial das orientações políticas, e o leva a escolher mecanicamente a opção que lhe parece oposta ao fascismo, o comunismo. Isto além de o conseguir fazer desculpar coisas como a falta de direitos humanos na China, ou o atraso que se vivia na União Soviética.
Enfim.
Nesta última semana tenho tido bastantes oportunidades de debater ideologias, quase sempre políticas. Chego a querer evitar este tipo de situações por ter consciência que estou a caminhar cada vez mais para uma responsabilidade política no futuro, e mesmo que a política seja algo que me inspire, não sei se será o que mais desejo. Como já disse noutro post, os debates fascinam-me. Mas têm tanto de fascínio como de desalento. E refiro-me à sensação de inutilidade com que fico no final das discussões, por vezes. Mas corre-se riscos em tudo, e isto não é excepção.
Hoje, a minha escola recebeu a vinda de duas funcionárias da representação da comissão europeia em Portugal, numa iniciativa que se realizou em mais 50 escolas e em mais 5 países da UE. Também aí fui dos poucos a participar. Eu evito, mas a inércia dos outros é tanta que eu não resisto. =p
Ah, a ministra da educação também tinha planeado fazer hoje uma visita surpresa à minha escola. Surpresa, provavelmente para evitar manifestações planeadas. Mas, pelos vistos, a estratégia não funcionou na escola visitada durante a manhã, e a reação (estúpida) dos alunos provocou-lhe má disposição e a senhora já não veio durante a tarde, como era suposto. Continuamos a esperar por ela. =p
[Não posso deixar de fazer uma referência ao episódio protagonizado hoje no Jornal Nacional da TVI por Marinho Pinto. Talvés só a exaltação excessiva tenha denegrido um pouco a critica justa ao jornalismo praticado naquele jornal. É pena que isto não tenha chegado mais cedo, para que um certo tipo de jornalistas demagógicos tenha consciência que o público português não é todo estúpido, se bem que, por vezes, é isso que parece.]