Quinta-feira, 24 de Junho de 2010

Colapso?

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sempre me mostrei interessado sempre que encontrava alguma teoria de aparente conspiração que se abateria sobre o mundo, e cheguei a debater algumas com as minhas professoras. A última foi acerca dos Illuminati e a «nova ordem mundial», isto para não falar da profecia dos maias sobre o fim do mundo em 2012.

No entanto, o documentário que vi ontem não me pareceu nenhuma teoria da conspiração, e deixou-me bastante assustado. Todos sabemos que as civilizações modernas estão dependentes do petróleo, mas o que este documentário põe em evidência é o colapso do mundo tal como o conhecemos quando as reservas de petróleo chegarem ao fim. Isto porque, segundo o autor, não existem energias alternativas que possam substituir efectivamente o petróleo, nem como fonte de energia nem como matéria-prima (que está presente em tudo, literalmente). O espantoso é que o autor já alerta para este cenário há várias décadas, e em 2006, numa conferência, previu que o pico da produção mundial de petróleo já tinha sido alcançado e que por isso estava eminente o inicio do colapso das economias mundiais, colapso esse que começaria com uma crise financeira mundial e falência de bancos. É arrepiante ver como ele estava certo, e é ainda mais arrepiante quando ele diz que o que se segue é a falência das finanças dos governos, violência social, aumento dos preços, isto tudo até chegar ao ponto em que o petróleo estará de tal modo caro que nenhum país o conseguirá comprar, e nesse momento dá-se o colapso total da sociedade industrializada. Isto tudo nas próximas décadas...

Fiquei pereplexo a imaginar o fim da era do desenvolvimento humano. Já o tinha imaginado, mas não nas próximas décadas. Daqui a 10/20 anos pode já nem haver acesso generalizado à internet, por exemplo. É dificil acreditar nisto assim, sem questionar, sem qualquer tipo de esperança, recusamo-nos a aceitar porque damos o bem-estar como algo garantido. Sei que nem todos levam este tipo de coisas a sério, mas mesmo assim aconselho todos a ver o documentário, mesmo que não acreditem.

 

O documentário chama-se 'Collapse' é de 2009. Fiz download e por isso só vos posso dar o link (ainda vou preso).

http://www.piratatuga.net/collapse/

 

sinto-me:
música: Regina Spektor - Better
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publicado por david. às 22:03
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Terça-feira, 9 de Fevereiro de 2010

Degradação Social

 

Hoje expor uma opinião minha, pode ser que consiga persuadir alguém.

 

O estudo do texto argumentativo nas aulas de filosofia e português obrigaram-me recentemente a puxar pela cabeça nos testes para dar o meu melhor nesta que esta é, possivelmente, a minha área forte. Naquelas composições onde por vezes o que se torna importante é fazer algo que o professor goste, e não aquilo que nós gostamos, lá encaixei tópicos como o poder da publicidade, do discurso político, etc.

A influência que as técnicas persuasivas têm na sociedade é muito grande, grande demais, digo sem qualquer dúvida. Ao contrário do que se poderia pensar, uma sociedade com mais liberdade e mais informação à sua disposição não é uma sociedade mais livre e mais informada. Isto é claro, e está à vista de todos.

Quando se pensa nestes assuntos é provável que nos lembremos da publicidade ou da política, como já referi, são os exemplos mais óbvios. Aborrece-me pensar nos miúdos que se deliciam a ver coisas como os Morangos com Açúcar. Ou nas mulheres que se fascinam a ler a revista Maria. Ou nos jovens que consumem álcool ou tabaco como ritual de iniciação. Devo dizer que minha mente repudia a forma como essas pessoas se deixam levar pela persuasão que vêm na televisão, ouvem na rádio, aprendem na escola, na família, onde quer que seja...

No entanto, até que ponto me julgo eu livre desta espécie de conspiração social que apela ao consumo e à ignorância? Quer seja mais ou menos, sou sempre condicionado pela música que passa na rádio. Pelo anúncio engraçado que passa no cinema. Pela t-shirt gira que não resisto a comprar. Não sou imune a nada disto e por mais que queira, não consigo deixar de fazer parte daquilo que considero ser uma degradação da sociedade.

sinto-me:
música: Pedro Abrunhosa - Viagens
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publicado por david. às 23:40
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Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2010

Eu e a Terra

 

-Já viste, a Terra é aquele ponto minusculo alí comparado com o universo. E nós andamos sempre preocupado com as nossas vidinhas...

-Pois é. Se eu morresse agora não fazia diferença nenhuma.

-Pois não.

 

Esta conclusão veio a partir de uma fotografia presente no documentário de Al Gore, "Uma Verdade Inconveniente", e remete o pensamento para insignificância da vida. Mas se por um lado tira valor à vida, por outro retribui-lhe a dobrar. É que quando pensamos em cenários como a extinção humana, existe qualquer coisa dentro de nós que exige que desvalorizemos aquelas futilidades do dia-a-dia e nos concentremos num esforço colectivo. Acho que isso é natural quando se trata da nossa própria sobrevivência.

Mas o problema é que essa necessidade de sobrevivência se esvai rapidamente porque não sentimos o perigo aos nossos pés. É essa inracionalidade que faz com que eu às 11h estivesse concentrado nas palavras do Al Gore, e às 23h estivesse chateado e empenhado em mostrar isso na escola no dia seguinte, provavelmente para chamar a atenção. Isto irrita-me, porque afinal não sou diferente de ninguém. Mas também não tenho que ser...

 

música: David Fonseca - Stop 4 a Minute
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publicado por david. às 21:00
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Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2009

Natal em todo o lado?

 

22:19h. Provavelmente, mais de metade dos portugueses está neste momento à mesa, em família, a saborear a refeição preparada cuidadosamente durante a tarde. Os telefonemas e as mensagens já estão todas enviadas. Conversa-se, e a televisão está ligada num canal onde passa um filme a que poucos dão atenção. Recordam-se momentos, os mais novos esperam nervosamente pela meia-noite (os que esperam), e os mas velhos meditam sobre a quantidade de natais a que ainda assistirão. Nas famílias melhores partilham-se experiencias e aproveita-se para relembrar o amor que as ligam. Nas piores, faz-se o possível para evitar problemas, pelo menos nesta noite.

A minha ingenuidade leva-me a acreditar que até o marido alcoólico tenta hoje concentrar na família a sua atenção, e que o toxicodependente tenta reservar um pouco da sua noite para pensar no futuro. E os ladrões, roubarão hoje? E os doentes, será que a sua dor aliviará? E astronautas? E as crianças que são escravizadas na Índia, será que hoje trabalharam menos? E os maquinistas dos comboios, fechados numa cabine no meio do nada? E os pescadores, no meio do mar, estarão unicamente concentrados no pescado? E qual será o tipo de clientes que um taxista apanhará à meia-noite de hoje?

Sempre me surgiram estas dúvidas. Gostava de ser omnipresente, e observar sempre tudo o que me apetecesse, assim como oiço sempre qualquer música que me venha à cabeça quando estou no Youtube. Apetecia-me estar agora no Cabo Espichel, e saber o que estará o faroleiro a fazer. E nas estações meteorológicas, haverá alguém a estudar os dados climatéricos para que amanhã possamos ver as previsões na televisão? E depois seguir rapidamente para outro sitio qualquer. Estar em todo o lado, era a prenda que mais desejava, se calhar por ser impossível...

Mas será que esta magia natalícia que eu sinto está presente em todo o lado? Sei que não. E não são só os sem-abrigo que não a sentem, como por vezes esta sociedade de olhos fechados quer fazer passar. Sei que haverá permanentemente alguém a sofrer, a chorar, e a nascer e a matar. Se calhar mesmo ao nosso lado. E se calhar até são algumas dessas coisas que uma parte de nós está a fazer, sem que demos por isso. Este estado de espírito que sinto e que sentem aqueles que estão à minha volta é apenas um sentimento. Um sentimento tal como outros, que por mais que gostasse, não é universal.

Sinto-me bem por poder senti-lo, e sinto-me mal por haver quem não o possa sentir.

Feliz natal!

sinto-me:
música: David Fonseca - Start Over Again

publicado por david. às 22:18
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