Venho a este blog muitas vezes. Leio o que escrevo como se fosse um leitor, tal como faço sempre que acabo de postar, e tenho vontade de escrever mais, mas a minha mente não está recheada de coisas interessantes para dizer, como talvés esteja a de outros autores de blogues.
No entanto, ligo o meu velho computador (não este portátil que parece uma pasta), e quando chego à pasta 'Os Meus Ficheiros Recebidos' encho-me logo de uma nostalgia que me leva a querer arranjar algo para dizer aqui. A culpa tanto pode vir de coisas inesperadas como das banais, tudo o que para lá está guarda consigo uma recordação que desperta imediatamente em mim sentimentos estranhos.
Lá há muitas fotografias. Há às da A. (que até mereceram uma pasta propria), que ela me mandava com esperança de me arrancar um elogio. No fundo, acho que só me mandava porque sabia que ela era a única pessoa que conseguia fazer com que eu a elogiasse daquela maneira. Também existem algumas fotografias da C, de professoras (aquelas que nós conseguíamos descobrir perdidas na internet e que tanto gozo nos davam), e de momentos dispersos no tempo que hoje me fazem olhar para trás e perceber como estou diferente.
Depois também lá estão documentos vários. Trabalhos da escola, textos para o jornal, músicas recebidas, prints que eu pedia à B. para me mandar (gostava de saber como é que os outros me estavam a ver do outro lado), e também ficheiros de que fazia download. Encontro lá pastas do WinRar que eu não sabia extrair, e que ficaram para sempre fechadas.
Para terminar, e porque a tentação de não publicar este texto e confiná-lo aos rascunhos se está a tornar grande, aquela pasta guarda um periodo da minha vida, mais do que simples ficheiros. Na altura não sei como me imaginava dali a três anos, tinha medo de sonhar e medo de crescer. Hoje, felizmente, não tenho, e espero que daqui a três anos também possa estar a recordar e partilhar aqui convosco aquilo que hoje sinto na pele.