Sempre me mostrei interessado sempre que encontrava alguma teoria de aparente conspiração que se abateria sobre o mundo, e cheguei a debater algumas com as minhas professoras. A última foi acerca dos Illuminati e a «nova ordem mundial», isto para não falar da profecia dos maias sobre o fim do mundo em 2012.
No entanto, o documentário que vi ontem não me pareceu nenhuma teoria da conspiração, e deixou-me bastante assustado. Todos sabemos que as civilizações modernas estão dependentes do petróleo, mas o que este documentário põe em evidência é o colapso do mundo tal como o conhecemos quando as reservas de petróleo chegarem ao fim. Isto porque, segundo o autor, não existem energias alternativas que possam substituir efectivamente o petróleo, nem como fonte de energia nem como matéria-prima (que está presente em tudo, literalmente). O espantoso é que o autor já alerta para este cenário há várias décadas, e em 2006, numa conferência, previu que o pico da produção mundial de petróleo já tinha sido alcançado e que por isso estava eminente o inicio do colapso das economias mundiais, colapso esse que começaria com uma crise financeira mundial e falência de bancos. É arrepiante ver como ele estava certo, e é ainda mais arrepiante quando ele diz que o que se segue é a falência das finanças dos governos, violência social, aumento dos preços, isto tudo até chegar ao ponto em que o petróleo estará de tal modo caro que nenhum país o conseguirá comprar, e nesse momento dá-se o colapso total da sociedade industrializada. Isto tudo nas próximas décadas...
Fiquei pereplexo a imaginar o fim da era do desenvolvimento humano. Já o tinha imaginado, mas não nas próximas décadas. Daqui a 10/20 anos pode já nem haver acesso generalizado à internet, por exemplo. É dificil acreditar nisto assim, sem questionar, sem qualquer tipo de esperança, recusamo-nos a aceitar porque damos o bem-estar como algo garantido. Sei que nem todos levam este tipo de coisas a sério, mas mesmo assim aconselho todos a ver o documentário, mesmo que não acreditem.
O documentário chama-se 'Collapse' é de 2009. Fiz download e por isso só vos posso dar o link (ainda vou preso).
http://www.piratatuga.net/collapse/
O dia começou com a Maya a dizer que a minha carta do dia era a morte. Era suposto ser um dia importante, com o exame de espanhol à tarde, e a festa da escola à noite. Também tinha alguma esperança que os encontros pessoais avançassem neste dia, e era precisamente nos encontros pessoais que a carta ia ter influência negativa, enfim, era esperar para ver.
Já não me lembrava bem de como se fazia um exame nacional. Dos exames do 9º ano só me lembro da desorganização e nervosismo das professoras e do professor 'drácula', como o apelidei, devido à fisionomia dos seus dentes e sobrancelhas. Pelos vistos, nem sempre são as memórias positivas que nos marcam mais, coitado do homem. Quando recebi o exame voltei a ficar com aquela sensação de não entender nada daquilo, mas depois lá fui fazendo, e com calma fiz tudo (certo, espero).
Cheguei a casa, e jantei às 18h, estava desesperadamente com fome. Às 22h fui para a festa final da escola, e logo à entrada uma rapariga caiu aos meus pés. Eheh, estou a brincar, mas de facto uma rapariga caiu numa escadaria à minha frente, e mesmo que não se tenha magoado, no lugar dela teria ficado bastante constrangido. As quedas são sempre complicadas, quando se está rodeado de pessoas por todo o lado ainda mais, mas acontece.
Esta festa foi diferente. Pela primeira vez a professora N. não coordenou um teatro como fez ao longe de três anos e onde eu entrei sempre, e portanto não senti aquele nervosismo especial. Tive pena, mas neste ano a minha subida ao palco fez-se para outro motivo importante, fui receber do director os diplomas de mérito académico do 11º e 10º anos.
Sinceramente, acho que foi a primeira iniciativa de que me lembro onde se promoveu e reconheceu o esforço dos bons alunos desde que estou neste escola. Tive e tenho a sensação de que os maus alunos são melhor tratados do que os bons, generalizando, e é difícil convencerem-me do contrário. Também sei que melhores resultados escolares não significam mais esforço, eu próprio sou exemplo disso... Apenas penso que se deveria olhar de outra maneira para os alunos que têm melhores resultados, porque quando eu observo o que me rodeia nada mais vejo do que grande maioria de jovens ignorantes, mal educados, sem valores nem objectivos, resumindo, o reflexo de uma sociedade moralmente degradada. E, aparentemente, são os melhores alunos aqueles que têm um maior sentido crítico, e onde pode estar por isso a esperança para se mudar o actual estado em que vivemos. Mas pronto, os 'Morangos com Açucar' também precisam de espectadores e não podemos exigir que todos nós sejamos pessoas interessantes. Não se assustem, foi só um breve desabafo de um rapaz sem grandes esperanças e triste com a sociedade em que vive, no entanto, se essa sociedade lhe deu um diploma, ele aceita e fica contente. :)
Devia estar a estudar para o exame de geografia, mas já que não estou, deixo aqui a música que me tem acompanhado quando o faço. Ah, e é verdade, desde há uns post's para cá o David anda mais desinibido (expõe-se mais aqui no blog). Mas também se as poucas pessoas a quem mostrei este blog me desiludiram logo depois, não tenho muito a perder se me expuser completamente (ou quase).
Devia ter uns 6 ou 7 anos e estava pela primeira vez a mexer na neve e pela primeira vez, e única que me recorde, na Serra da Estrela. Para além das mudanças lógicas e naturais do crescimento, apetece-me utilizar a minha memória saudosista para perceber o que mais mudou em mim. Hoje, 10 ou 11 anos depois, mantenho um olhar crítico acerca de tudo o que me rodeia, e continuo a detestar ser tratado como alguém imaturo e incapaz de pensar. Mas existem mudanças significativas, positivas e negativas.
Vamos começar pelas negativas, como eu gosto, o melhor vem no fim porque é o que nos fica no pensamento. Se na altura eu confiáva à minha mãe a escolha do vestuário, hoje não saio de casa sem perder meia hora a arranjar-me. Essa deve ter sido a pior mudança. Não fui capaz de escapar à tendência geral de valorizar muito a imagem. No entanto, como me aconselhou a professora L., continuo a valorizar muito mais o ser do que o parecer, e disso orgulho-me. Quanto me tiraram a fotografia, devia estar a sentir-me mal por estar de gorro, hoje gosto.
Na altura, tinha muitos sonhos e esperanças. Mas, se por um lado hoje tenho menos, por outro digo os que tenho em voz alta sem receios nem vergonhas. A perda da inibição deve ter sido a melhor mudança. Tinha vergonha de abraçar, de dizer a alguém que gostava dela, de revelar algum aspecto íntimo de mim, de pedir desculpa, de dizer o que pensava, de me destacar e de me revoltar. Hoje estou diferente, mas ainda assim mentia se dissesse que me tornei uma pessoa fácil de descobrir...
E que mais? Continuo a não gostar de pôr títulos nas coisas. Continuo a ter braços muito magros. Continuo a sentir as pernas fraquejar quando me sinto ameaçado. Continuo a não gostar de mostrar os dentes quando rio. Continuo a gostar de ouvir as conversas dos outros. Continuo a ser exigente e perfecionista. Passei a gostar do amanhecer. Passei a fazer coisas más. Passei a ter confiança em mim. Deixei de me esconder. Deixei de ter medo da vida.
Sabe a pouco, não é?
Fiz as pazes com o blog. Mas o mérito não é meu, hoje foi o último dia de aulas e nos dias importantes fica bem dizer algo, é só por isso. De inspiração, continuamos mal, e por isso hoje há um relato.
7.50h O dia começa com um telemóvel a tocar. Sem número. Será que alguém se lembrou de me chatear logo a esta hora? Não, era só o meu primo que queria boleia da minha mãe para a escola. Respondi mal disposto que só entrava às 13.30h.
11.15h Levanto-me da cama, espreito pela janela e visto-me pachorrentamente. Ligo o computador e vou à net relembrar a média que preciso para entrar no curso que quero. Vou ao calculador, vejo as notas de que preciso e comparo-as com aquelas que hoje vou ouvir na escola. Fico triste, vai ser difícil, mas tento acreditar.
13.14h Estou atrasado, e vou a correr para apanhar o autocarro. Na escola a J. diz que sou uma pessoa especial. Na aula de inglês oiço a confirmação do 15. A passagem do 10,8 para o 16,4 surpreendeu-me a mim próprio, afinal eu sou capaz quando quero, e nem foi preciso muito. A professora está farta da nossa turma e manda-nos embora mal que acabou a auto-avaliação. Eu e a V. demos mais uma volta, esquecemos que as lojas fecham à hora de almoço, e à passagem pelo parque voltámos a parecer namorados aos olhos da M. e da C.
15.15hAntes da aula de filosofia, a V. pede-me o número para um eventual jantar de turma. Na aula, o director de turma afinal dá-me 18, mas o melhor foi receber o presente que ele comprou para os três melhores alunos do 11º ano (eu sou o terceiro, a minha mãe acha que devia ter o segundo pelo menos). Apesar disso, fiquei desanimado porque soube que a professora de português já entregou as notas, mesmo sem receber os trabalhos que faltavam, e eu não consegui o 17. Preciso dele para as médias. No fim da aula percebi o segredo, a professora aceita mas não se pode dizer ao d.t. porque já passou o prazo. Volto a animar. A R. vem falar comigo acerca do que se passou. Percebo que eu sou muito importante para a V, e falo ao telemóvel com a A. sem saber.
17.00h Aula de Geografia. Recebi o 19,8 do teste, e o 18,9 do trabalho que tanto trabalho meu deu. Toda a gente o quis ver, estava graficamente muito bom. A pequena esperança de ter 19 vai-se concretizar. Despeço-me do S. com uma espécie de abraço. À espera da minha mãe, olho frontalmente para a A. Fui-me embora, volto para as aulas de preparação para os exames.
21.20h Envio o trabalho para a professora de português por mail, e peço-lhe semi-directamente um 17. Está feito o 11º ano do David.